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sexta-feira, 6 de abril de 2012

SUICÍDIO GREGO CRIME EUROPEU, SOMOS TODOS GREGOS

Tinha sido farmacêutico, estava reformado, e aos 77 anos, disparou uma bala na cabeça, na praça Syntagma, em frente ao parlamento grego. Deixou uma carta a explicar porquê.


Como muita gente da sua idade, Dimitris trabalhou uma vida inteira, pagou, descontou para a reforma. No fim da sua vida, acabou a procurar comida nos caixotes do lixo.


Era grego, era europeu. O suicídio deste cidadão grego, a quem a austeridade germânica confiscou todos os direitos, confirma tragicamente que os gregos, os europeus, os jovens que não conseguem emprego, os seniores que descontaram para a reforma, ninguém tem futuro.


Dimitris Christoulas sintetiza na sua terrível desgraça aquilo em que se tornou a Europa dos burocratas bem instalados de Bruxelas, a europa germânica, a europa dos mercados e das agências de rating à solta.


Há cinquenta anos, mais coisa menos coisa, a Europa era uma civilização, havia leis que protegiam quem trabalha. Tivemos uma Europa social, os trabalhadores tinham direitos, aliás, duramente conquistados, o direito ao emprego e a contratos de trabalho, o direito a uma reforma ao fim de muitos anos de trabalho. Agora, esses direitos passaram à história das utopias.


A Europa que temos hoje é um conglomerado dominado por altos interesses cujo grande objectivo é transformar os cidadãos assalariados, ou que deixaram de o ser, em novos escravos. Acaba o direito ao emprego estável, diminuem brutalmente os salários e as pensões, acabam os subsídios de natal e de férias, a lista está apenas no início.


É uma europa neo-fascista, de prevaricadores e especuladores, de bandidos e de salteadores protegidos por ministros, deputados, primeiros-ministros e toda uma troupe de gente comprada.


O suicídio grego da praça Syntagma é um assassinato político perpetrado pelos políticos europeus que têm desfilado nos nossos écrans de tv. Esperemos que, para esses políticos, haja um novo tribunal de Nuremberga.



Cresce a crise, cresce o poder fascista, cresce o desespero e, quanto mais tudo isto vai crescendo, mais a velha Europa precisa duma nova revolução, uma insurreição social pela justiça, pelos direitos e pela dignidade de quem trabalha ou trabalhou, pela dignidade de quem não tem emprego ou depende de quem trabalha.


Não há alternativa. Wake up!



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