Amanhã, finalmente, o Terreiro do Paço vai-se
encher de gente. Terreiro do Paço, diria antes Terreiro do Povo, foi ali perto
que se jogou a sorte do 25 de Abril quando o capitão Salgueiro Maia avançou de
peito aberto para o último general que saiu em defesa do Estado Novo e o
convenceu a render-se.
Já lá vão anos, bastantes, mas as histórias dos
povos medem-se em tempos longos, pode haver instantes como esse do herói
Salgueiro Maia, mas o que conta é a longa duração.
Estamos a dois anos dos 40 anos da generosa
revolução de 74.
Vai ser uma comemoração triste? Não sou de fazer prognósticos.
Já há muito tempo que não escrevo aqui neste
espaço, a razão é simples, detesto repetir-me e tudo o que aconteceu desde o
início do Verão estava já anunciado há muito tempo.
15 de Setembro foi um facto novo. Duas semanas
depois talvez as coisas acelerem.
Talvez acelerem para um estado de
insurreição que inevitavelmente há-de vir.
Oa países da Europa do Sul, incluindo a França,
estão à beira da insurreição. Acontecerá, não acontecerá? Não sei.
Algumas coisas que sei.
A União Europeia é uma prisão, é um
campo concentração.
A União Europeia defende os interesses
da Alemanha e é comandada pelo grande capital financeiro chefiado pelo banco
americano Goldman Sachs e seus lacaios.
Mario Drahgi, Mario Monti, Papademus, António
Borges, Vítor Gaspar, esses nomes
dizem-vos alguma coisa? É gente formada na escola do Goldman Sachs que, depois
de devidamente apetrechada, foi despachada para a união europeia.
Dois deles, muito concretamente, para Portugal.
O que é vieram para cá fazer? É simples: cercar e destruir a economia
portuguesa em nome dos interesses do grande capital financeiro internacional.
No meio disso tudo, o que é que representa o Passos Coelho? É um verbo de
encher. É um antigo Jota que não sabe nada de nada, quem é que o pôs no lugar
onde ele está? Adivinhem.
Que fazer, então, amanhã? Acabar com a
TSU? Isso já está feito.
Iniciar uma imparável insurreição
nacional? Não há outra saída.
Não me falem da remodelação
governamental. Deixem lá esse bando de incompetentes salafrários. Deixem-nos
ficar lá mais uns tempos, alimentando os seus egos e os seus interesses e dos
seus amigos e afilhados. Vão dar uma ajuda preciosa no estoiro do regime do
bloco central de interesses.
Presidente da República? Não brinquemos
com coisas sérias.
O que é que resta? Ponhamos as nossas
massas cinzentas, as nossas meninges a trabalhar.
Repensemos o país, mandemos a UE e o
euro de volta para a Alemanha e para o chanceler Kohl e a sua protegida Merkel,
enterremos as utopias federalistas, a união bancária e a moeda única e tratemos
da nossa vida, das nossas alianças, outras alianças com outras gentes. Todo o
cerne da questão reside aí, reside nessa criminosa utopia fundada pelos
padrastos e seus seguidores da CEE.
Repensemos o país, reconstruamos a
nossa economia destruída pela nomenklatura soviética de Bruxelas, criemos oportunidades
à criatividade científica e à inovação, apostemos nos jovens, nas novas ideias,
em coisas sérias, não em fundações para arranjar tachos para a escória de
oportunistas e parasitas cujo modo de vida tem sido sempre chuchar nas tetas do
Estado.
Criemos um
Estado de produtores competentes, capazes de assumir riscos, respeitemos os
direitos de quem trabalha. Deixemo-nos de tretas. Demitam o governo, demitam o
presidente, demitam os nababos das autarquias e das regiões. Ocupem o Terreiro
do Paço. Power for the People.
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