PEDALAR É PRECISO!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

A CANÇÃO É UMA ARMA!


“Grândola, Vila Morena”, cantada em Madrid numa manifestação contra a guerra capitalista do empobrecimento. Vi e ouvi essa cena extraordinária, cena emocionante transmitida hoje pela televisão.

“Grândola, Vila Morena”, cantada há dois dias nas galerias do parlamento português quando o primeiro ministro português, conhecido e notório  serventuário do neo-fascismo da alta finança internacional, se preparava para falar. Cena extraordinária e emocionante.

Falar, falar, o tal de primeiro-ministro aparece todos os dias. Lá vai ele tentando enganar o povo, lá vai ele manipulando, hoje diz uma coisa, amanhã o seu contrário. Lá vai ele tentando desarmar as estatísticas que o contradizem. Quem é que ainda tem paciência para ouvir o que esse tipo e os seus capangas têm para nos dizer?

O homem preparava-se para papaguear, caiu-lhe a Grândola em cima, ficou sem discurso.

Exemplo a seguir. Eles querem falar, retire-se-lhes a palavra, calemos o bando que tomou conta do país, o bando que nos sequestrou, este bando ao serviço do neo-fascismo financeiro que decidiu roubar-nos a alma e os haveres.

Eles persistem em discursar e aldrabar-nos, retiremos-lhes a palavra, cantemos. Cantemos o Grândola, cantemos a resistência a este novo fascismo, criemos novas expressões orais e públicas de combate à ditadura do euro, à ditadura da união soviética europeia e dos seus mandatários troikistas, à ditadura dos novos ricos que engordam com a crise, à ditadura dos ministros que trabalham para o Goldman Sachs e os bancos alemães.

Na semana passada, tive o privilégio de ouvir o Paco Ibañez na Gulbenkian. O homem já tem quase oitenta anos, mas a voz continua quente, continua a ser um guerreiro da palavra dos grandes poetas hispânicos, contra as injustiças, contra os fascismos. Cantou como em Maio de 1969 quando tive também o privilégio de o ouvir no pátio da Sorbonne iluminado por um luar incandescente, soberbo e cúmplice.

Foi muito oportuna a vinda do Paco, cantor e resistente, valenciano, basco e catalão, latino-americano, ibérico. Vinda mais do que oportuna, sim, porque voltámos aos anos das ditaduras. Ditaduras que agora não são apenas ibéricas. São as ditaduras comandadas pela união soviética germânico-europeia ao serviço da alta finança internacional. Neo-fascismo, não vejo outra designação para tudo isto que está a acontecer.

Neo-fascistas, mesmo se não têm tropas nem armas e que, por enquanto, não praticam a tortura. Mas têm as agências de rating, dominam a imprensa financeira internacional, têm os seus papagaios falantes, os gurus da dívida pública e do défice. Obedecem a uma central clandestina e metafísica. É a central a que chamam mercados! Os mercados mandam matar, mate-se, esfole-se!

Contra este fascismo, lutar, lutar. Cantemos, pois, para não esmorecer, cantemos para vencer. Das fraquezas façamos novas forças.
A canção é uma arma. A imaginação também. Wake up!



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