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domingo, 27 de outubro de 2013

ELEIÇÕES EUROPEIAS

 

A comédia política portuguesa é cada vez mais insuportável, uma feira de vaidades contínua, enquanto aumenta a miséria, as palavras vão mudando de semana em semana,  a agenda política é como de costume manipulada por tipos que mandam nos jornais, na televisão, gente que defende os seus interesses, que vai soltando umas ameaças, o que está agora na moda é mandar descaradas mensagens ao tribunal constitucional, tenham juízo, diz o sr. Ricardo Salgado do banco espírito santo, o sr. Salgado que tem andado a roubar, há anos e anos, o Estado e todos nós, que tomou conta e controla a PT, que não paga os impostos que deve, ninguém se ocupa dele, há outros culpados mais à mão, reformados, funcionários, gente na miséria a quem tiram o rsi, etc., etc. Há pessoal que sai para a rua manifestar, mas isto já não vai lá com folclores…

Começou-se a falar das eleições presidenciais, ainda falta tanto tempo, começaram os jogos da grelha de partida, já se esqueceram as eleições autárquicas, no PS ninguém se entende, o Seguro parece-se cada vez mais com o verso do Camões “vai formosa e não segura…”. Não se fala, ou quase não se fala das eleições europeias. A novidade do dia parece ser que o Assis vai ser o cabeça de lista do PS. Claro, o homem bem trabalhou para isso, andou a empatar, a segurar o Costa para ele não avançar contra o Seguro. Vai ser recompensado, é justo.

O que é sobra para todos nós desta interminável comédia?

Quando Portugal decidiu entrar para a CEE, houve umas mentes brilhantes que aplaudiram efusivamente, muito bem, diziam eles, de maneira cínica. Como não temos quem nos saiba governar, venha a CEE, esses tipos são mais capazes, vão pôr o país na ordem, vamos ser ricos e modernos, vamos ter dinheiro e auto-estradas, vai ser bom sermos europeus.

Pertencemos à união europeia, já lá vão não sei quantos anos, temos a mesma moeda que os alemães, mas seremos europeus?

O que me parece é que não estamos melhor do que os africanos colonizados pelo dr. Salazar. Tornámo-nos indígenas duma província europeia, já fomos colonialistas, agora somos colonizados pela Alemanha, por Bruxelas, pela Finlândia, pela Áustria, pela Holanda e por toda essa cáfila.

Eleições europeias, quais é que vão ser as alternativas? Vai haver alguma escolha? Esquerda/direita, Portugal/União europeia, Escudo/euro?

Preparemo-nos para ficar em casa, votar para quê?

Há muito tempo que deixou de haver euro-cépticos, desde o BE até ao CDS, os partidos que andam para aí a pavonear-se é tudo a mesma tropa, só juram por Bruxelas e por Berlim, não querem ouvir falar da saída do euro, seria uma catástrofe, diz o BE, e os outros confirmam. Uma catástrofe, os assalariados perderiam pelo menos 30% dos seus salários. E quanto é que já perderam durante estes dois anos e meio de troika e austeridade?

Em França, o Front National vai ter pelo menos 25% dos votos, em Itália os grilistas talvez ultrapassem essa fasquia, no mínimo. Os ingleses, mais ano menos ano, mandarão a ue dar uma volta, os húngaros já estão nas bordas do fascismo, os romenos e os búlgaros estão praticamente proibidos de passar as fronteiras, a extrema direita avança também na Áustria e na Holanda, para onde caminha o paraíso europeísta de Bruxelas e Berlim?

Vale a pena discutir a comédia europeia? Sim, vale a pena. Ou seja, vale a pena se houver alternativas políticas para serem discutidas e votadas. Venham partidos novos, frentes, coligações, qualquer coisa estilo movimento de libertação de Portugal. Qualquer coisa que não seja nem fascista, nem napoleónico, nem bismarkiano, nem hitleriano, nem salazarento ou mussoliniano, qualquer coisa que não cheire a nacionalismo bafiento, que seja favorável aos povos da Eritreia e da Síria e se inspire da Europa de Johann Sebastian Bach e de Albert Einstein.

Um movimento de libertação que nos livre da Angela Merkel, da Marine Le Pen e do Obama/Bush.

Chega de troika e de NSA.

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